A margem da alegria
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quando as águas do mar eram ainda águas sem medida revolvidas
e não como hoje são domésticas e mansas
quando os homens viviam na intimidade da sensibilidade e dilatavam
as narinas para aspirar profundamente o cheiro do suor
das mulheres quando após o esforço principia a arrefecer
e todas as palavras eram relativamente novas e caíam como pétalas
e não havia tantas tão miúdas minudências rodeando os corpos
O amor de Pedro e Inês
e a não deseja como um desejo que ultraja
e a não quer destruir só por um dia a possuir
Ruy Belo
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on terça-feira, março 17, 2009
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