Elevado a mito nacional, o episódio de Inês de Castro é o drama amoroso mais conhecido em Portugal e além – fronteiras. Foi imortalizado pelo Poeta em dezoito estâncias de intenso lirismo, ainda que a estrutura usada seja semelhante à dos textos dramáticos.
Como a Tragédia grega, este episódio também apresenta a Fatalidade, o Destino, o Amor, o Terror, a Piedade e o Coro, que o Poeta recria com os seus comentários, acompanhando o desenrolar da situação.
A própria personagem obedece perfeitamente ao cânone clássico: ama quem lhe é vedado, desafiando dessa forma a linha do seu destino, sendo fatalmente castigada com a morte.
Com tais considerações sobre o Amor, o Poeta faz a introdução do episódio. O seu desenvolvimento tem nas palavras de D. Afonso IV, herói que regressara vitorioso da batalha do Salado, a justificação do motivo da morte de Inês de Castro. Existe um contraste entre os actos do Rei militar, coberto de glória, que combateu pela Fé e que quer agora levantar a mesma espada contra uma donzela inocente. A descrição das lembranças felizes de D. Inês e de D. Pedro I, dos momentos de alegria que partilhavam, servem para mais cruelmente marcar o “engano da alma, ledo e cego”, (120.3) e acentuar o contraste com o seu fim trágico.
A donzela frágil e indefesa é levada por brutos algozes à presença do Rei inflexível, que determina a sua morte. Não é por fraqueza de carácter ou pura crueldade que o faz, mas porque as vozes do povo assim o exigem. As lágrimas correm dos “olhos piedosos”, (125.2) de Inês, que pede clemência pelos filhos pequenos. Por eles, Inês propõe ao Rei partir para longe de quem ama, mas onde pudesse criar os frutos de tal amor. Inês não tem defesas para além das suas súplicas, não tem outras armas a não ser as lágrimas para mover a piedade de tão ferozes carrascos.
D. Afonso IV está à beira do perdão. Mas levantam-se uma vez mais as vozes do povo, a exigir o sacrifício. O Destino cruel de Inês está decidido. É barbaramente executada, num acto cobarde, comparado pelo poeta a outros assassínios terríveis que povoaram as tragédias gregas.
Em jeito de conclusão, Camões mostra a própria Natureza entristecida diante do crime, chorando “a morte escura” (135.1) da donzela, perpetuando a fatalidade numa “fonte pura” (135.3) de onde correm lágrimas em vez de água, que recordará para sempre tais Amores.
Como a Tragédia grega, este episódio também apresenta a Fatalidade, o Destino, o Amor, o Terror, a Piedade e o Coro, que o Poeta recria com os seus comentários, acompanhando o desenrolar da situação.
A própria personagem obedece perfeitamente ao cânone clássico: ama quem lhe é vedado, desafiando dessa forma a linha do seu destino, sendo fatalmente castigada com a morte.
Com tais considerações sobre o Amor, o Poeta faz a introdução do episódio. O seu desenvolvimento tem nas palavras de D. Afonso IV, herói que regressara vitorioso da batalha do Salado, a justificação do motivo da morte de Inês de Castro. Existe um contraste entre os actos do Rei militar, coberto de glória, que combateu pela Fé e que quer agora levantar a mesma espada contra uma donzela inocente. A descrição das lembranças felizes de D. Inês e de D. Pedro I, dos momentos de alegria que partilhavam, servem para mais cruelmente marcar o “engano da alma, ledo e cego”, (120.3) e acentuar o contraste com o seu fim trágico.
A donzela frágil e indefesa é levada por brutos algozes à presença do Rei inflexível, que determina a sua morte. Não é por fraqueza de carácter ou pura crueldade que o faz, mas porque as vozes do povo assim o exigem. As lágrimas correm dos “olhos piedosos”, (125.2) de Inês, que pede clemência pelos filhos pequenos. Por eles, Inês propõe ao Rei partir para longe de quem ama, mas onde pudesse criar os frutos de tal amor. Inês não tem defesas para além das suas súplicas, não tem outras armas a não ser as lágrimas para mover a piedade de tão ferozes carrascos.
D. Afonso IV está à beira do perdão. Mas levantam-se uma vez mais as vozes do povo, a exigir o sacrifício. O Destino cruel de Inês está decidido. É barbaramente executada, num acto cobarde, comparado pelo poeta a outros assassínios terríveis que povoaram as tragédias gregas.
Em jeito de conclusão, Camões mostra a própria Natureza entristecida diante do crime, chorando “a morte escura” (135.1) da donzela, perpetuando a fatalidade numa “fonte pura” (135.3) de onde correm lágrimas em vez de água, que recordará para sempre tais Amores.
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on sexta-feira, janeiro 16, 2009
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